Zé Caboclo

José Antonio da Silva, o Zé Caboclo, nasceu em 1921 em Caruaru, Pernambuco. Zé caboclo foi casado com Celestina Rodrigues de Oliveira, com a qual teve 8 filhos: Paulo, Antonio, José, Horácio, Helena, Socorro, Carmélia e Marliete (As três últimas são renomadas artesãs da nova geração de mestres da arte figurativa popular do Alto do Moura).

Zé Caboclo trabalhando, arquivo Centro Nacional de Folclore e Arte Popular, Foto: Marcel Gautherot

Zé caboclo era filho de uma de louçeira (Josefa Maria da Conceição) e desde criança, como era costume na época, modelava o barro para fazer seus próprios brinquedos. Foi esse seu caminho inicial para se tornar um dos mais conceituados bonequeiros do Alto do Moura. No final da década de 40, juntamente com seu cunhado Manuel Eudócio, começou a acompanhar o mestre Vitalino na arte de moldar o barro e com eles formou o mais importante trio de artistas populares do Alto do Moura. Dos três, apenas Manuel Eudócio continua trabalhando até hoje.

 Zé Caboclo cumprimentando o mestre Vitalino, arcervo familiar, reproduçao fotografica Centro Nacional de Folclore e Arte Popular

Zé Caboclo, Bumba meu-boi, cerâmica policromada, reproduçao fotográfica desconhecida

Em parceria com seu cunhado Manuel, Zé Caboclo inovou técnicas e formas na produção de suas peças. Diferente dos brinquedos que faziam ainda quando crianças, uma das novidades que trouxeram foi a introdução do uso de arame e criação dos olhinhos em alto relevo, ao invés de fazê-los furadinhos. Os olhinhos dos bonecos passaram a ser pintados com pigmento branco e pontinho preto, uma inovação para a época e que continuam sendo utiliza até hoje pelos artesãos de todo o Nordeste.

 Zé Caboclo, Casal de noivos, cerâmica policromoada, acervo Museu de História e Arte do Estado do Rio de Janeiro, reproduçao fotográfica desconhecida

Zé Caboclo, Casal de idosos, cerâmica, acervo da família de Zé Caboclo. FOTO: arquivo pessoal
 
Além das mudanças impressas no realismo das figuras e cenas mais parecidas, Zé Caboclo destacava em sua produção as figuras de velhos, que era justificada por ele pelo fato de que quando criança gostava de conversar com pessoas idosas. Além disso, de acordo com as tendências do mercado da época modelava médicos, advogados, dentistas, engraxates, lenhadores, sapateiros, pescadores e outros profissionais.

 Zé Caboclo, Dentista, cerâmica policromada, acervo Museu de História e Arte do Estado do Rio de Janeiro, reproduçao fotográfica desconhecida.

Zé Caboclo, Pescador, cerâmica, acervo da família de Zé Caboclo. FOTO: arquivo pessoal 


Zé Caboclo faleceu em Caruaru em 1973, vitima de esquistossomose.

A grande maioria de suas obras faz parte de coleções particulares, mas algumas podem ser vistas em alguns museus brasileiros, como: o Museu do Barro (Caruaru), o Museu do Homem do Nordeste (Recife), Museu de Arte Popular (Recife), Museu Casa do Pontal (Rio de Janeiro), Museu de História e Arte do Estado do Rio de Janiero (Rio de Janeiro), dentre outros.

 Zé Caboclo, Nossa Senhora, cerâmica policromada, reproduçao fotográfica desconhecida.

Referências bibliográficas:
- Catálogo da Exposiçao "Família Zé Caboclo". Centro de Folclore e Cultura Popular, Rio de Janeiro, RJ.

 Zé Caboclo, Bumba-meu-boi, cerâmica. Acervo Museu de Arte Popular do Recife. Foto autoria desconhecida

 Zé Caboclo, Lampiao, cerâmica. Acervo Museu de Arte Popular do Recife. Foto autoria desconhecida

 Zé Caboclo, Lampiao, cerâmica. Acervo Museu de Arte Popular do Recife. Foto autoria desconhecida

 Zé Caboclo, Maria Bonita, cerâmica. Acervo Museu de Arte Popular do Recife. Foto autoria desconhecida

 Zé Caboclo, Nossa Senhora vestida de chita, cerâmica. Acervo Museu de Arte Popular do Recife. Foto: arquivo pessoal.

Zé Caboclo, Persanagem do maracatu, cerâmica, acervo da família de Zé Caboclo. FOTO: arquivo pessoal

Zé Caboclo, S. Pedro, cerâmica. Acervo Museu de Arte Popular do Recife. Foto: arquivo pessoal

 Zé Caboclo, Personagem do maracatu, cerâmica, acervo da família de Zé Caboclo. FOTO: arquivo pessoal

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