Mirian
foi uma artista plástica goiana, nascida na cidade de Trindade-GO em 1939 e um
dos nomes mais respeitados da pintura popular brasileira. Iniciou a carreira de
artista como gravadora e estudou na Escola Goiana de Artes Plásticas. A profissão
de gravadora que lhe deu grande notoriedade na década de 1960, sobretudo após
sua participação em duas bienais de arte em São Paulo, 1963 e 1967. Seu
trabalho com a xilogravura tinha, segundo os críticos, grande qualidade
técnica. Retratava coisas simples do cotidiano, mas com um grande rigor no
entalhe. Nestas obras, predominava a cor preta em meio aos veios brancos,
propositadamente deixados pelo seu entalhe. Mirian abandonou a xilogravura no
final dos anos de 1960. Em 1970 realizou sua primeira exposição de pinturas no
Rio de Janeiro, cidade onde passou a residir até a sua morte em 1996.
Mirian Inêz da Silva. Foto: acervo da família. Publicado no catalogo da exposição Mirian, Galeria Estação, São Paulo, SP, 2015.
Na
pintura, Mirian tratava de aspectos da sociabilidade no meio rural e urbano, a
cultura popular brasileira, a cultura de massas e as representações religiosas.
Com a pintura, sua obra ganhou luz, cor e brasilidade, centrada sobretudo na
cultura e na natureza. São composições bastante singelas, as vezes ingênuas e repetitivas,
pintadas sobre pequenas tábuas de madeira recortada. Todas elas apresentam uma
estrutura geométrica nas bordas e um espaço branco disponível à narrativa no
centro. Segundo Miguel Chaia, curador da exposição Mirian, realizada na Galeria
Estação de São Paulo em 2015, há na obra de Mirian “...uma tensão que se dá permanentemente nas suas pinturas, qual seja, a
convivência entre uma ordem abstrata e geométrica e uma ordem figurativa”
Mirian, título desconhecido, óleo sobre madeira.
Ao
longo de sua vida Mirian participou de várias exposições individuais e
coletivas. Nas décadas de 1960 e 1970, expôs sua obra em várias galerias do Rio
de Janeiro, dentre ela a Galeria Bonino. Participou da Bienal Internacional de
São Paulo (1963 e 1967); do Salão Nacional de Arte Moderna (Rio de Janeiro,
1966); da 1ª e da 2ª Exposição da Jovem Gravura Nacional no Museu de Arte
Contemporânea da Universidade de São Paulo; da Bienal de Gravura de Santiago do
Chile (1969), e das mostras Peintres de L'Imaginaire (Paris, 1976) e Pintura
Primitiva do Brasil (Museo de Arte Carrillo Gil, México, 1980).
Mirian, Entrem Circo Piolim, óleo sobre madeira.
“Para
mim pintar é vida. Pinto o que amo e sinto no coração. O povo para mim, o
Brasil são uma atração grande demais. Curto ouvir causos, música popular e o
mais importante, estou muito com gente, mas não importa a escala social. Minha
pintura deve muito aos grandes mestres que tive em Goiás. E, no Rio, o Ivan
Serpa”. Mirian Inêz da Silva (1983)
Fonte:
Chaia,
M. Mirian: para além da pintura figurativa, Galeria
Estação, São Paulo, 2015.
Mirian, Atores, óleo sobre madeira.
Mirian, Ciranda, óleo sobre madeira.
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